Decoração reverencia os 400 anos da fundação de São Luís

Miguel Veiga assina a decoração que focaliza aspectos significativos da história da cidade.

SÃO LUÍS - As ruas do Centro e da Madre Deus já estão exibindo a decoração carnavalesca deste ano, assinada pelo artista plástico Miguel Veiga e tendo por tema “São Luís dos 400 Carnavais”. Em portais e totens, fofões, coreiras, cazumbas e regueiros rendem homenagem aos quatro séculos da fundação da capital maranhense fazendo moldura para registros fotográficos de várias épocas, que enfocam aspectos de sua história, arquitetura e lendas.

“A referência maior é a cultura maranhense, por meio de registros de personagens e manifestações como o fofão, tambor de crioula, bumba meu boi, blocos tradicionais, tribos de índio e o reggae, contextualizados com aspectos históricos da cidade. A concepção cenográfica partiu da motivação das comemorações dos 400 anos de São Luís, tendo como eixo norteador a linha do tempo na história da cidade, com abrangência nos aspectos físicos econômicos e sociais”, destacou Miguel Veiga.

O artista exemplifica destacando que da arquitetura, são usados elementos como sacadas, portais, azulejos, fontes, etc. Da linha de transportes, entram bondes, trens, carruagens. As peças da decoração estão instaladas nas ruas que integram o percurso carnavalesco do Centro da cidade.

A criatividade e o luxo das criações podem ser conferidos na Praça Deodoro, Ruas do Passeio, São Pantaleão e Cajazeiras, Praça da Saudade, Lago do Gavião, Largo do Caroçudo e Ladeira do Bispo (Rampa da Madre Deus). O Ceprama também ganhará ambientação especial para o Carnaval, na entrada, no pátio e na concha acústica. A Praça Deodoro, por exemplo, terá um portal grande, registrando a época dos bondes, e seis totens médios fazendo alusão ao fofão, bloco tradicional, reggae e bumba meu boi (cazumba).

Ao todo, são quatro portais grandes; 29 médios e 39 totens. A equipe coordenada por Veiga reúne cerca de 100 profissionais, entre escultores, costureiras, pintores, fibradores, eletricistas e montadores.

Pesquisa

A pesquisa do artista começou no ano passado e teve várias fontes, entre pessoas, livros e sites. “Foi importante a colaboração de Allen Morrison, que permitiu a reprodução de imagens encontradas no site http://www.tramz.com/br/sl/sl.html; do pesquisador José Reinaldo Martins, que gentilmente abriu seus arquivos com fotos de Gaudêncio Cunha e registros dos aspectos arquitetônicos, humano da cidade, com seus costumes e cultura. Foi uma viagem pela história”, destacou Veiga.

O artista ressaltou que o trabalho foi prazeroso e apaixonante. “Procuramos mesclar fantasia, história e abstração juntando aspectos da arquitetura, folclore e arte, os recursos utilizados foram os das plotagens fotográficas em combinação com peças cenográficas tridimensionais em fibra de vidro e acetato, lançando mãos do antigo e do novo”, enfatizou Veiga.