terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Transferência do minério no Vale Beijing pode ser hoje




A operação de remoção interna do minério de ferro do navio Vale Beijing, que será realizada por meio de uma balsa do tipo Locar, equipada com um guindaste, deverá ser iniciada nas próximas horas. Ainda não há definição, no entanto, em relação à retirada de óleo combustível do graneleiro. Ontem, a empresa Smit, contratada pela STX Pan Ocean, que é a proprietária do navio, descarregou esteiras rolantes fornecidas pela Vale, para iniciar o procedimento de remoção da carga, do porão 7 para os porões 3 e 5. A Capitania dos Portos do Maranhão vai acompanhar as atividades e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está em alerta para o caso de um acidente ambiental.
De acordo com o capitão-de Mar e Guerra, Nelson Calmon Bahia, comandante da Capitania dos Portos do Maranhão, a embarcação, que dispõe de um guindaste, já atracou a contra-bordo do navio. A balsa vai distribuir as esteiras que, por sua vez, serão usadas para o deslocamento de minério de ferro do graneleiro.
O objetivo da operação é fornecer maior estabilidade na embarcação, que está sob o risco de naufrágio na Baía de São Marcos. A carga deve ser retirada do porão 7 e distribuída nos porões 3 e 5, porque as avarias no navio que permitem a entrada descontrolada de água ocorrem justamente nas proximidades deste compartimento. "Creio que se não houver problemas, operação deverá ocorrer em breve", disse a O Estado na última sexta-feira.
A embarcação que fará a remoção interna de carga do Vale Beijing chegou a São Luís na semana passada. A operação não havia sido realizada até então, por conta das tentativas de remoção de óleo combustível com uma balsa especializada, que por causa das condições de mar e vento acabaram em fracasso. As duas manobras são tidas como prioridade pela STX Pan Ocean, que até o momento não tem noção da dimensão das avarias e sequer realizou qualquer tipo de reparo no navio. Hoje completam 30 dias do Vale Beijing em São Luís.
Combustível - A Capitania dos Portos do Maranhão informou ontem que continua indefinida a manobra de retirada de óleo do navio. As companhias STX Pan Ocean e Smit negociam a locação de um navio-tanque para realizar a manobra.
O navio-tanque, segundo Nelson Calmon Bahia, seria a única possibilidade viável no momento, devido às adversidades que envolvem a situação do graneleiro, tais como as condições de navegabilidade da embarcação, comprometidas por causa das rachaduras em um dos tanques de lastro, e mar e vento. "Com a experiência que tenho de Marinha, consigo enxergar apenas essa possibilidade no momento", disse na semana passada a O Estado.
Na última quarta-feira, a balsa que faria a remoção do óleo foi atracada na área de fundeio número três do Porto do Itaqui, onde o navio está fundeado, e posteriormente teve seus equipamentos acoplados ao graneleiro. As condições de mar e vento, porém, impediram a continuidade da operação, por causa da instabilidade da chata, risco elevado de rompimento de dutos, e consequentemente, o vazamento de óleo no mar. As bombas nem sequer foram acionadas e a operação acabou suspensa.
Na quinta-feira, a empresa Smit procurou a Capitania dos Portos e argumentou ser impossível continuar a operação com a balsa. Até então, uma saída seria remover novamente o Vale Beijing para outra área de fundeio, onde as águas são mais tranquilas. Essas áreas, porém, não dispõem de profundidade mínima necessária para a navegabilidade do navio. O Vale Bejing necessita de pelo menos 30 metros de profundidade.

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O navio Vale Beijing, que tem 370 m de comprimento e 65 m de largura e capacidade para carregar 390 mil toneladas de minério de ferro, está em São Luís desde o dia 3 de dezembro (completa um mês hoje na capital) e permanece com a situação indefinida. Ainda há riscos de naufrágio da embarcação, que necessita de apoio diário de três rebocadores para mantê-la em um nível seguro de navegabilidade.

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