Presidente da MPX, Eduardo Karrer, faz balanço da atuação da empresa no Maranhão em 2011 e destaca investimentos na área de geração de energia e gás
Entre as grandes empresas que se instalaram no Maranhão nos últimos anos está a MPX, empresa de energia do Grupo EBX, de Eike Batista. Com negócios na área de geração de energia e gás natural, a empresa já enxerga o estado como prioritário em seus investimentos. No Distrito Industrial de São Luís, está em construção a UTE Itaqui, com capacidade instalada de 360 MW e que chegou a gerar em 2011 cerca de 3.700 empregos diretos. Em Santo Antônio dos Lopes, na região do Médio Mearim, a empresa deu início à empreitada de construir um complexo termelétrico a gás natural vultuoso, com capacidade para até 3.722 MW. Com exclusividade, O Estado conversou com Eduardo Karrer, presidente da companhia.
O Estado - Como evoluíram os negócios da MPX no Maranhão ao longo de 2011?
Eduardo Karrer - Os últimos seis meses foram decisivos para a estratégia de negócios da MPX e o Maranhão se tornou o estado prioritário para a empresa. Garantimos o início da produção de gás natural em 2012 com a OGX, comercializamos grandes blocos de energia da Usina Termelétrica Parnaíba e já iniciamos a construção do empreendimento, que estará a pleno vapor em 2013. A primeira turbina do complexo já chegou. Queremos ajudar a desenvolver o estado e torná-lo um polo de energia para o Brasil. Também avançamos com a construção da UTE Itaqui, no Distrito Industrial. É uma usina termelétrica a carvão mineral moderna, com tecnologia de ponta, que respeita os altos padrões de emissões internacionais.
O Estado - Com as duas usinas, quanto a MPX já investiu no estado?
Karrer - Até 2014, teremos investido cerca de R$ 4,8 bilhões no Maranhão. Estamos na reta final da construção da UTE Itaqui, um investimento de R$ 1,8 bilhão. Para a UTE Parnaíba, iremos aplicar cerca de R$ 3 bilhões, considerando o projeto atual em desenvolvimento, com cerca de 1.500 MW de capacidade instalada vendidos. Mas esse valor crescerá ainda mais. Isto porque o projeto Parnaíba é grandioso. São 3.722 MW no total.
O Estado - A região do Médio Mearim está se tornando um símbolo de riqueza do Maranhão com a descoberta de gás natural. Como a empresa aproveitará tanto gás?
Karrer - Essa província do gás é um tesouro maranhense valiosíssimo que estamos começando a desenvolver. Nossa última certificação, feita por uma consultoria independente, levantou um potencial de recursos riscados superior a 11 trilhões de pés cúbicos. Já temos dois campos, Gavião Azul e Gavião Real, que estão sendo preparados para produzir gás para a termelétrica, e estamos trabalhando em busca de mais. Queremos que o gás seja aproveitado também no desenvolvimento industrial do estado. A OGX, que é a empresa de petróleo e gás do Grupo EBX, encabeça a operação dessas reservas, e a MPX acompanha de perto, com participação de 23% nos ativos de gás natural.
O Estado - A MPX também é proprietária das reservas de gás?
Karrer - Sim. Somos uma empresa de energia que aposta na integração da cadeia produtiva. É muito importante deter o combustível, pois assim você não fica dependente do fornecimento, você é quem controla.
O Estado - A empresa tem enfrentado alguma dificuldade com as atividades no interior do estado?
Karrer - Qualquer empreendimento de vulto demanda muito para que tudo aconteça dentro dos planos. No caso do Complexo Termelétrico de Parnaíba, é um projeto que se desenvolveu em tempo recorde, e isso multiplicou nossos desafios. A prospecção do gás começou em 2009. Em 2011, montamos a usina. É uma riqueza que será gerada do zero. Como a MPX e o Grupo EBX são rigorosos na qualidade de execução do projeto e nos aspectos socioambientais, enfrentamos dificuldades, mas estamos sempre correndo atrás de transpô-las.
O Estado - Que dificuldades?
Karrer - Tem a questão da qualificação de mão de obra. Pensamos em solucionar essa questão e, antes mesmo do início da terraplenagem, já tínhamos 200 profissionais qualificados em atividades ligadas à construção civil em Santo Antônio dos Lopes e Capinzal do Norte. Poderíamos não investir em educação e trazer gente de fora, mas, se pudrmos dar oportunidades à população local, é este o caminho que seguiremos. Em 2012, abriremos mais uma turma com 300 vagas. Em paralelo, vamos formar técnicos que, a partir de 2013, trabalharão na operação da UTE Parnaíba. Em São Luís, a qualificação de trabalhadores para a UTE Itaqui também foi um sucesso. Formamos mais de 650 profissionais e com isso conseguimos manter uma média de 70% de maranhenses entre os trabalhadores na construção do empreendimento.
O Estado - Como a MPX vê a questão da responsabilidade socioambiental?
Karrer - O empreendedor deve ter o desenvolvimento regional como objetivo. É muito gratificante para a empresa ver que ela cresceu e, junto, toda a comunidade. Quando o empreendedor levanta uma obra, ele acaba interferindo na vida das pessoas. Por isto, é importante estar junto, dar oportunidades. Buscamos combinar tecnologias com investimento social. Este é um compromisso da MPX.
O Estado - O reassentamento da comunidade de Vila Madureira [feito para possibilitar a construção da UTE Itaqui] deu certo? Como essas famílias estão vivendo hoje?
Karrer - A Vila Nova Canaã é um motivo de orgulho para a MPX. Deu muito certo. A comunidade já se apropriou da vila. O Polo Agrícola, criado para garantir o sustento dos moradores que eram pequenos produtores, está colhendo bons frutos. A produção está crescendo. Oferecemos consultoria técnica para ajudá-los no cultivo e na venda dos produtos, mas, em breve, os produtores já estarão trabalhando sozinhos.
O Estado - Quais ações a empresa está planejando para a região da Bacia do Parnaíba?
Karrer - Já temos ações em andamento. Em conjunto com a OGX e a Petra Energia, nossa parceira na UTE Parnaíba, estamos avançando com um plano para ajudar a desenvolver 10 municípios. Os moradores das cidades e as principais entidades estão participando da elaboração desse plano, e contamos com o apoio do Governo do Estado e das Prefeituras. Além disso, a MPX procura investir em ações que tragam retorno real às comunidades.
O Estado- O que a MPX espera para 2012 no Maranhão?
Karrer - Será um ano de muito trabalho e conquistas para a MPX. Vamos começar a operar a UTE Itaqui e, no segundo semestre, a explorar o gás para a geração termelétrica no Complexo de Parnaíba. Estamos animados para começar a colocar os empreendimentos para funcionarem. Em paralelo, vamos seguir com as ações socioambientais. O Maranhão está em um momento muito especial de crescimento e desenvolvimento e estamos preparados para consolidarmos, em 2012, nossa posição como uma das empresas geradoras de energia que mais investe no estado.
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