Durante uma emocionante missa realizada ontem, foi lançada oficialmente a Fundação da Memória Republicana. A entidade ficará no lugar da Fundação José Sarney e foi criada por meio da lei 9.479/2011, de autoria da governadora Roseana Sarney (PMDB). Durante a solenidade, também foi realizada a diplomação de 386 alunos da Escola do Bom Menino das Mercês e foram feitas homenagens ao presidente do Senado, José Sarney.
Segundo o presidente do Senado e curador da nova entidade, José Sarney (PMDB), a partir de agora a fundação viverá um novo momento. Todo o acervo do senador passa para a propriedade do Estado. Entre eles, estão 800 peças de museu, 30 mil livros, mais de 1,25 milhão de documentos e também fotografias, vídeos, DVD e CD-ROM. "Acho que aqui é uma grande instituição, reconhecida nacionalmente. Um grande ponto turístico do Maranhão, um centro de cultura. Aqui não é um monumento à morte. É um monumento à vida", disse Sarney.
Na missa, o presidente do Senado voltou a lembrar alguns momentos delicados pelos quais passou a Fundação José Sarney nos seus 20 anos de existência e revelou que chegou a pensar em queimar seu acervo, após a perseguição à fundação feita pelos seus adversários políticos. "Assim como Cristo foi tentado pelo demônio, eu também fui tentado. Fui tentado a fazer uma fogueira. Tão grandes eram as injustiças e tão grandes eram a dificuldades", desabafou o presidente do senado, após agradecer várias pessoas importantes na história da entidade, entre as quais a governadora Roseana Sarney (PMDB), pela coragem de ter formalizado o projeto de lei que incorporou ao Estado do Maranhão o patrimônio da antiga Fundação José Sarney.
Segundo o presidente da entidade, Joaquim Itapary, na prática não há alterações significativas na Fundação da Memória Republicana. O acervo do presidente do Senado será aberto para a consulta como antes, mas a administração passa a ser estatal. De acordo com Itapary, a Fundação da Memória Republicana tem um custo mensal de aproximadamente R$ 80 mil.
"Em termos de objetivos e de patrimônio, é praticamente o mesmo. O que muda apenas é que a entidade deixa de ser uma entidade privada e passa a ser de natureza pública. A partir de agora, o Estado assumiu a responsabilidade pela manutenção do acervo da fundação. O convento é devolvido para o Estado, como manda a lei", disse Itapary.
Aproximadamente mil pessoas participaram da missa. Entre elas estavam o ministro do Turismo Gastão Vieira (PMDB); o vice-governador Washington Luiz de Oliveira (PT); o secretário de Projetos Especiais, João Alberto de Sousa (PMDB); o reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Natalino Salgado; e o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Arnaldo Melo.
Presidente da entidade lança livro inédito: Hitler no Maranhão
Joaquim Itapary reuniu no livro 38 crônicas que misturam ficção e realidade
Após as homenagens ao presidente do senado, o presidente da Fundação da Memória Republicana, Joaquim Itapary, lançou o livro Hitler no Maranhão. O quinto livro da carreira do escritor maranhense e cronista de O Estado.
Em 38 crônicas, o livro mistura ficção e realidade, mescla personagens históricos e cenas fictícias, além de lendas do imaginário maranhense sobre uma suposta tentativa de fuga de Hitler em um submarino durante a 2ª Guerra Mundial, para a cidade de Guimarães, na baixada maranhense. O livro também narra como seria a reação das pessoas com a presença do líder nazista na pacata cidade do interior do Maranhão.
Segundo Itapary, essa foi uma "experiência extraordinária". "Primeiro, não tive nenhuma limitação em termo de criatividade. E também não tive que preconceber a trama da novela inteiramente. Eu fui produzindo e interagindo com o público por meio de e-mails que recebia e de leitura de documentos que me mandavam. Assim, ia preparando a crônica do dia seguinte", afirmou o escritor. "É um trabalho de criatividade muito espontâneo, que talvez não tenha uma idade romanesca muito apurada. Mas é uma novela, no estilo das novelas antigas que se escrevia no Brasil", completou.
O lançamento do livro foi altamente concorrido. Várias personalidades maranhenses pediram autógrafos para o escritor maranhense, entre eles o presidente do senado, José Sarney (PMDB). Itapary é autor dos livros Do Incerto Ócio (1989), A Falência do Ilusório: Memória da Companhia de Fiação e Tecidos do Rio Anil (1995), Sob o Sol (2000) e Crônicas Tapuiranas (2007). A expectativa é que no ano que vem ele lance mais dois livros: o Armário de Palavras e Onde Andará Willy Ronis?. As obras já estão prontas.
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