domingo, 3 de julho de 2011

Crescimento do faturamento do comércio maranhense superou em 15% a média nacional




Adalberto Júnior de O Imparcial

O faturamento médio das empresas do comércio maranhense no ano de 2009 cresceu mais que o das empresas comerciais do país. De acordo com dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a Pesquisa Anual do Comércio 2009 (PAC) apontam que no ano de 2009 o faturamento médio das empresas do país cresceu 4,7%, saltando de R$ 1,04 em 2008 para R$ 1,09 em 2009, enquanto a média do Maranhão saiu de R$ 933,5 mil em 2008, para R$ 1,11 milhão em 2009, o que resultou em crescimento de 19,1%, ou seja, quase 15 pontos percentuais a mais que a média nacional.

De acordo com o que foi colhido pela pesquisa, mesmo com a queda no número de empresas funcionando no estado, de 2008 para 2009, houve crescimento da receita bruta no mesmo período comparativo. Em 2008, o Maranhão haviam 22.186 empresas atuando no mercado, esse montante caiu para 21.325, em 2009.

Em contrapartida, a receita bruta em 2008 foi de R$ 20,71 bilhão contra R$ 23, 72 bilhões registrada em 2009, ou seja, um crescimento de 14,5%.
Outro aspecto interessante apresentado pelo setor comercial do nosso estado é a quantidade de pessoas trabalhando, formalizadas, que em 2008 eram 115.991 pessoas. Já em 2009 esse número foi para 121.806 pessoas empregadas formalmente, com carteira assinada, computando 5,01% de crescimento. Também cresceram os itens "Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais" e "Margem de comercialização em empresas comerciais".

De acordo com os dados, em 2008 eram, respectivamente R$ 889,7 milhões e R$ 3,19 bilhões. Em 2009 foram para R$ 1,09 bilhões e R$ 4,13 bilhões, respectivamente. Todos os números não levam em consideração a inflação nos anos de 2008 e 2009, que fecharam, respectivamente em 5,9% e 4,31%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Recuperação
De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA), José Arteiro da Silva, o ano de 2009 representou um momento de recuperação bastante favorável para a economia brasileira, principalmente diante do cenário mundial de crise.
"E o Maranhão não foi diferente. O comércio local ampliou a oferta por mão de obra, o que aumentou a renda da população e aqueceu o consumo, culminando em resultados cada vez mais expressivos nos períodos seguintes. Esses números estão representados nos mais de R$ 3 bilhões no qual a receita bruta de revenda de mercadorias cresceu na comparação entre 2009 e o ano anterior", disse Arteiro.

Segundo ele, além do aumento de postos de trabalho no comércio, fator preponderante para o desenvolvimento econômico local, a conseqüente distribuição de renda e novos investimentos e empreendimentos no estado representaram o alicerce para o fortalecimento dos índices econômicos do Maranhão.

Para Adriana Rabelo, 25, vendedora de loja de calçados desde o ano de 2008, é uma chance a mais de ajudar a garantir um futuro melhor. Ela é natural da cidade maranhense de Guimarães, e veio para a capital estudar e trabalhar.

"Estou trabalhando aqui há um ano e meio. Antes, eu era vendedora de uma outra loja, onde fiquei trabalhando por quase dois anos. Vim para cá estudar e trabalhar. Tenho curso técnico em Maio Ambiente e pretendo fazer faculdade de Engenharia Ambiental", disse Adriana, que reside no bairro Cohatrac.

Da mesma forma pensa o estudante de Edificações Isaac Ferreira, 24 anos, que reside no bairro Bequimão. Ele trabalha como vendedor de lojas desde 2007 e já está no terceiro emprego com carteira assinada, em uma loja de um shopping da capital.

"Essa é a terceira loja que eu trabalho. Faço Edificações no Ifma. Sou estudante, mas tenho que trabalhar ara pagar as contas", disse.

OLHO
"O comércio local ampliou a oferta por mão de obra, o que aumentou a renda da população e aqueceu o consumo"
José Arteiro, presidente da Fecomercio

SOBRE O PAC 2009
A Pesquisa Anual de Comércio (PAC) é uma publicação do IBGE que reúne um conjunto de informações econômico-financeiras que permitem estimar as características estruturais básicas do setor empresarial do comércio no Brasil e acompanhar a evolução ao longo do tempo. São dados sobre receitas, despesas, pessoal ocupado, salários, retiradas e outras remunerações, compras, estoques e margem de comercialização, entre outros aspectos, com destaque para as empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas, além de dados regionalizados sobre a distribuição e a configuração desse setor econômico. Os resultados têm por base a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), acompanhados de comentários que traçam o panorama nacional do setor, compreendendo os segmentos de comércio de veículos automotores, peças e motocicletas, comércio por atacado e comércio varejista, e ainda detalham a distribuição e a configuração regional dessa atividade anualmente.

"O que tenho observado é que há uma diminuição dos mini-supermercados e aumento dos shoppings. O emprego no comércio é um dos que tem os piores salários da economia. Os vendedores são pouco especializados e são bem fáceis de substituição, mas o que é importante é que está havendo cada vez mais a diminuição da informalidade. O comércio do estado também está se modernizando. Há mais lojas em shoppings, por exemplo, as franquias. Esse fenômeno está mais relacionado às cidades maiores e mais desenvolvidas, como São Luís, Imperatriz, Caxias e Timon. No outros municípios, pode observar o crescimento das lojas de materiais de construção e as lojas de peças de motocicletas" Felipe de Holanda, economista e membro do Conselho Regional de Economia do Estado do Maranhão (Corecon-MA).

Pesquisa Anual de Comércio 2009
A pesquisa do IBGE mostrou que a margem de lucro do comércio no estado cresceu em 2009 cerca de 15 pontos percentuais a mais do que a média nacional

MARANHÃO

2009
Número de unidades locais com receita de revenda: 21.325
Pessoal ocupado em 31/12 em empresas comerciais:121.806
Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais: R$ 1,09 milhão
Margem de comercialização em empresas comerciais: R$ 4, 13 bilhões
Receita bruta de revenda de mercadorias: R$ 23,72 bilhões

2008
Número de unidades locais com receita de revenda: 22.186
Pessoal ocupado em 31/12 em empresas comerciais: 115.991
Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais: R$ 889, 7 milhões
Margem de comercialização em empresas comerciais: R$ 3, 19 bilhões
Receita bruta de revenda de mercadorias: R$ 20,71 bilhões

BRASIL
2009
Número de unidades locais com receita de revenda: 1.570.350
Pessoal ocupado em 31/12 em empresas comerciais: 8.800.834
Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais: R$ 95, 09 bilhões
Margem de comercialização em empresas comerciais: R$ 330, 65 bilhões
Receita bruta de revenda de mercadorias R$ 1, 72 trilhão

2008
Número de unidades locais com receita de revenda: 1.524.895
Pessoal ocupado em 31/12 em empresas comerciais: 8.223.154
Gastos com salários, retiradas e outras remunerações em empresas comerciais: R$ 83, 08 bilhões
Margem de comercialização em empresas comerciais: R$ 289,86 bilhões
Receita bruta de revenda de mercadorias: R$ 1,59 trilhões

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