sábado, 7 de maio de 2011

Roseana anuncia duro combate à pobreza

Roseana anuncia duro combate à pobreza


Décio Sá

Da editoria de Política

Em entrevista exclusiva a O Estado, a governadora Roseana (PMDB) fala sobre os primeiros meses de governo. Diz que passou esse tempo planejando ações que serão desencadeadas a partir de julho, quando retomará o Governo Itinerante para inaugurar várias estradas no interior.

Roseana contou estar fechando o programa para a comemoração dos 400 anos de São Luís. Além de obras, como a Via Expressa, está sendo preparada uma grande programação cultural.

A conclusão das obras do Castelão está na programação. Roseana disse já ter acertado com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, um jogo da Seleção Brasileira para comemorar a data. O adversário pode ser a França, Portugal, Holanda ou um país africano - povos que colonizaram a capital.


O Estado - Há uma reclamação nos meios políticos de uma ausência do governo nesses primeiros meses do ano.

Roseana - Nesse primeiro semestre, como é uma época difícil de se trabalhar no Maranhão [por causa das chuvas], nós nos programamos para fazer o planejamento das ações para o ano todo adequando o orçamento. Estamos preparando também os projetos e as licitações para iniciarmos as obras no segundo semestre. Vamos deslanchar a partir de junho e julho. Assumimos em abril de 2009 e passamos oito meses com o orçamento do governo anterior. Ano passado, nos estruturamos, e agora o governo já caminha para a normalidade. Em julho, vamos retomar o Governo Itinerante com a inauguração de várias estradas no interior.


O Estado – O que tem nesse planejamento?

Roseana – Na área social, fizemos um plano de combate à pobreza e estamos esperando o que será lançado pela presidente Dilma Rousseff para encaixarmos o nosso e fazermos um só. A pobreza não se combate sozinho. Se combate por meio de ações articuladas, não só do governo, mas da sociedade. Na área de infra-estrutura, fizemos o planejamento com base nos investimentos que estão chegando ao estado. Em 2009 e 2010, investimos para atrair empresas. Agora, estamos preparando a infra-estrutura, principalmente construção de estradas e ligação entre municípios onde essas empresas estão se instalando e na região de influência, além da mão-de-obra que será absorvida por essas indústrias. Temos técnicos do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) nos ajudando na área de educação e o Movimento Brasil Competitivo, liderado pelo empresário Jorge Gerdau, auxiliando na área de arrecadação e na melhoria da máquina estatal.


O Estado – E os 400 anos de São Luís?

Roseana – Temos um programa especial de várias obras - Espigão Costeiro, Ponte Quarto Centenário, Via Expressa, Avenida Metropolitana, duplicação da Avenida dos Holandeses e uma nova biblioteca. Estamos fazendo um trabalho que vai do social e passa pela qualificação de mão-de-obra e infra-estrutura. Vamos fazer uma grande campanha de conscientização, e estamos esperando a votação do Código Florestal para ver como será atuação do governo no sul do Maranhão, onde temos nossa produção maior. Teremos também uma programação forte na área de cultura e eventos. Estamos concluindo o projeto para poder apresentá-lo.


O Estado - O governo está buscando recursos externos para esse trabalho?

Roseana - O Prodetur vai entrar com R$ 20 milhões na construção da Via Expressa, que vai custar ao todo, incluindo as desapropriações, R$ 100 milhões. Eles vão nos ajudar na recuperação do Centro Histórico e do Palacete Gentil Braga, da UFMA.


O Estado - O Castelão está nessa programação? A senhora está querendo a realização de um jogo entre as seleções do Brasil e da França no dia do aniversário de São Luís.

Roseana - O Castelão está na nossa programação. Vamos concluir o estádio até o próximo ano. Já conversei com o [presidente da CBF] Ricardo Teixeira sobre o jogo. Praticamente ele me garantiu que vai trazer uma seleção para homenagear o Maranhão. Como nós fomos colonizados pelos franceses, portugueses, holandeses e africanos, o jogo do Brasil será com um desses países.


O Estado - Há uma grande reclamação dos funcionários em relação a salários. O governo enfrenta a greve dos professores e os militares já se movimentam no mesmo sentido.

Roseana - Estamos reestudando todas as categorias para apresentarmos um Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Não será para A, B ou C, mas todos os funcionários. Qual o governante que não quer ser amado pelos seus servidores dando aumento de salário? Todo mundo quer. Mas a gente tem de ter a cabeça no lugar para não quebrar o estado.


O Estado – E os 72 hospitais?

Roseana - Na verdade, são 62 hospitais e 10 UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]. Já inaugurei um hospital e uma UPA. Agora em julho, nós devemos colocar cerca de 30 hospitais para funcionar e todas as UPAs - devem ficar de fora só a de Balsas e a de Pinheiro.


O Estado – E as gerências regionais?

Roseana - As gerências serão criadas, mas estamos estudando como isso será feito. O Movimento Brasil Competitivo está fazendo um apanhado geral do Estado para modernizar e dar eficiência à máquina administrativa. Estou aguardando esse estudo.


O Estado – Qual o projeto do governo para a Baixada, a região mais pobre do Maranhão?

Roseana – Já falei com o ministro da Integração Nacional [Fernando Bezerra Coelho] sobre a realização de um projeto de perenização das águas, por meio de diques que evitarão a entrada da água do mar nos campos inundados. Em conjunto, iremos desenvolver tecnologia na área agrícola para os pequenos produtores. Isso vai dar sustentabilidade aos moradores da região.


O Estado – A Assembléia deflagrou o processo de criação de municípios.

Roseana – Eu não sou contra. Pelo contrário. No meu governo passado, foram criados 81 municípios. Tem de ter muita responsabilidade ao criá-los. Eles têm de ser auto-sustentáveis.


O Estado – Quando vai sair a parceria com o prefeito João Castelo?

Roseana - A parceria já existe. As obras grandes serão feitas pelo estado e as menores pela prefeitura. Não existe briga ou disputa. Nós queremos é ajudar.


O Estado – Como se dará o apoio a escola Beija-Flor?

Roseana – É uma coisa boa, importante para São Luís. Teremos o apoio da iniciativa privada. A Beija-Flor já tem seus próprios recursos e com nossa ajuda está buscando o apoio de empresas. Fiquei muito feliz em saber que São Luís será o enredo da escola.


O Estado – Como a senhora está vendo as disputas e críticas na Assembléia?

Roseana – Vejo com normalidade. Já fui líder do governo Lula e parlamentar e sei como as coisas funcionam. Está normal e não vejo maiores problemas.


O Estado – Existe realmente a possibilidade do seu grupo lançar um candidato em São Luís?

Roseana – Nós fazemos parte de um grupo político que está se reunindo. Não tem definição, mas vai ter. A intenção é lançar um candidato.


O Estado – Há comentários de que a senhora estaria insatisfeita com alguns membros de sua equipe.

Roseana – Nesse início, estamos fazendo análises. Se tiver de fazer alguma modificação, será feita.


O Estado – O que a senhora tem a dizer sobre a morte do ex-governador Jackson Lago?

Roseana – Me solidarizei e me solidarizo com a família. O Maranhão perdeu um político que se fez presente na vida do estado e com o qual fizemos até parcerias. Fomos adversários, mas nunca inimigos.


O Estado – Como está sua saúde?

Roseana – Está bem. Fiz uma cirurgia que me deixou um pouco debilitada e que me tirou um pouco das viagens que vou retomar em julho.


O Estado – Como está sua relação com o PT?

Roseana – Nossa relação está boa. Temos o vice-governador Washington Luiz como presidente do Conselho de Desenvolvimento, além das secretarias do PT. Reclamação eu ouço de todos os partidos, inclusive o meu [PMDB]. É natural que todo mundo queira participar do governo.


O Estado – O que a senhora tem a dizer sobre a reforma política? A senhora sempre se mostrou favorável ao Parlamentarismo.

Roseana - Sou plenamente a favor da reforma. E continuo convicta de que o Parlamentarismo é o melhor sistema político para o Brasil.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanto o Sarney te pagou pra escrever isso?