Maranhão entra definitivamente na rota petrolífera

Ribamar Cunha

Subeditor de Economia

O Maranhão entrou definitivamente na rota petrolífera do país. Cerca de 31% dos 174 blocos (87 em mar e 87 em terra) autorizados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a serem ofertados na 11ª Rodada de Licitações que será realizada em setembro deste ano pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) fazem parte das bacias do Parnaíba (terrestre) e Pará-Maranhão e Barreirinhas (marítimas). Nessas três bacias serão levados a leilão 54 blocos, em que se prevê um bônus mínimo de R$ 36 milhões.

Das nove bacias que terão blocos ofertados na 11ª Rodada da ANP, a do Parnaíba, que terá 20 blocos a serem licitados, deve ser a mais cobiçada, pois na área em que a OGX está realizando campanhas exploratórias estima-se uma reserva de 56 trilhões de pés cúbicos de gás natural (duas Bolívias) e 1,9 bilhão de barris de petróleo. O bônus mínimo estimado para esses blocos é de R$ 5 milhões.

Na Bacia do Parnaíba, onde detém sete blocos exploratórios em parceria com a Petra Energia, a OGX, do empresário Eike Batista, já perfurou quatro poços, tendo encontrado gás natural nos municípios de Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes. Nos próximos anos, os investimentos da empresa na perfuração de 15 poços são estimados em R$ 700 milhões.

A empresa, que contratou a terceira sonda para atuar na região, agora se prepara para a perfuração de um novo poço em Santo Antônio dos Lopes, aguardando licença prévia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema).

As Bacias do Pará-Maranhão e de Barreirinhas, na plataforma continental (marítima), também devem ser bastante disputadas pelos investidores, pois são regiões consideradas novas fronteiras com potencial petrolífero bastante promissor. As duas bacias terão 34 blocos em oferta na 11ª Rodada de Licitações.

Na Bacia Pará-Maranhão, localizada na porção norte da plataforma continental brasileira (Margem Equatorial), na costa dos estados do Pará e Maranhão, serão ofertados oito blocos no mar, abrangendo uma área total de 6.154 km², com bônus mínimo previsto de R$ 8 milhões.

Já na também bacia marítima de Barreirinhas serão ofertados 26 blocos no mar, total de 13.073 km², com bônus mínimo previsto de R$ 23 milhões. De acordo com a ANP, a Bacia apresenta grande potencial petrolífero, pois possui sistema petrolífero ativo comprovado e ocorrência de hidrocarbonetos em vários poços perfurados. Expectativa para petróleo leve e condensado.

Para o secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Guterres, a inclusão dessa quantidade expressiva de blocos da Parnaíba, Pará-Maranhão e Barreirinhas denota que o Maranhão está sendo visto sob uma nova perspectiva na área de petróleo e gás. “O Maranhão entrou definitivamente no mapa petrolífero brasileiro”, afirmou o secretário.