Infraero tenta minimizar desconforto em aeroporto com tenda climatizada

 

 

Yane Botelho

Da equipe de O Estado
Para dar mais conforto aos usuários, a tenda onde funciona temporariamente o saguão de passageiros do Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado está sendo substituída por um módulo de lona climatizado. Após a interdição do terminal de passageiros, que corre risco de desabamento do teto, o serviço havia sido transferido para o estacionamento do antigo terminal aeroportuário. A situação deve perdurar até que seja concluída a reforma do teto do saguão, em aproximadamente cinco meses. Hoje devem ser retomados os vôos matutinos, que estavam interrompidos por causa da obra de segurança na pista principal.

Sem caixa eletrônico, sem restaurante, sem lojas de compras e protegidos da chuva e do sol apenas por uma lona. Essas são algumas das adversidades pelas quais são obrigados a passar os passageiros que embarcam ou desembarcam no aeroporto de São Luís. "Estou suado, porque tive de esperar cerca de meia hora embaixo de uma lona para depois fazer o check-in", reclamou o paulista Marcelo Rodrigues, de 37 anos, que trabalha como gerente administrativo e veio a São Luís a negócios. "Fiquei sabendo pelo noticiário que o aeroporto estava funcionando embaixo de tendas. Ainda assim, fiquei assustado quando vi a real situação", afirmou.

De acordo com o superintendente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Hildebrando Correia, para melhorar o conforto de quem precisa esperar os vôos no saguão improvisado, uma nova tenda será instalada no local, o que permitirá o uso de aparelhos de ar-condicionado. A previsão é de que, em quatro dias, o saguão improvisado esteja funcionando em melhores condições. "Estamos fazendo várias ações para oferecer mais segurança e conforto aos passageiros. Vamos melhorar as condições de uso do aeroporto", disse.

Sobre o serviço de caixas eletrônicos, Hildebrando Correia garantiu que os equipamentos serão instalados até o início da próxima semana. Também está sendo montada uma praça de alimentação, que abrigará provisoriamente as lanchonetes. "Algumas lojas não poderão migrar para o terminal temporário, por causa da complexidade de seus materiais e do tamanho do espaço disponível", explicou.

Inquérito - O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Agência Nacional de Aviação (ANAC) a realização de vistoria nas instalações provisórias do Aeroporto Marechal Cunha Machado, para averiguar se elas atendem às normas de funcionamento e segurança dos terminais de aviação. O prazo para a emissão do laudo técnico é de 10 dias. O órgão também pediu à Infraero a formatação de um relatório, em um prazo de 72 horas. Os documentos servirão de base para o inquérito civil público instaurado a fim de apurar a atual situação do aeroporto.

Segundo o procurador da República, Alexandre Soares Silva, o inquérito pretende verificar as causas e apurar as responsabilidades das ações que levaram à atual situação do aeroporto. Também serão averiguadas as medidas provisoriamente adotadas pela Infraero para a manutenção do atendimento. Após isso, será pedida a adoção de providências para a regularização do serviço. "Caso seja constatada negligência ou falta, poderá ser ajuizada Ação Civil Pública contra os responsáveis", explicou Alexandre Soares Silva.

O procurador destacou que os usuários que se sentirem lesados por problemas relativos à situação do aeroporto poderão fazer denúncia para a Justiça Federal e procurar o MPF. "As denúncias integrarão o inquérito e poderão ajudar o MPF a exigir medidas melhores ao funcionamento do aeroporto", comunicou.