"A Vale precisa contribuir mais com o desenvolvimento do país. Desejamos que a Vale esteja sempre em linha de colaboração com o governo, para o interesse nacional", acrescentou.
As colocações de Lobão são talvez as mais diretas sobre o tema feitas até agora por parte de um membro da cúpula do governo. O ministro expôs o que era um pensamento explícito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que, aparentemente, se manteve no governo atual: o de que a mineradora deve participar mais de programas que tenham o objetivo de desenvolver a indústria brasileira e agregar valor às exportações.
Lobão comentou, por exemplo, a questão do aço. Lula, quando no governo, criticava a falta de investimento da Vale em siderurgia, que poderia agregar valor ao minério, e também o fato de a empresa ter encomendado navios à China, em vez de buscar produzi-los aqui, como faz a Petrobras. O ministro afirmou que uma maior produção de aço no Brasil seria "conveniente e necessária ao povo brasileiro".
Ao ser questionado sobre se a saída de Roger Agnelli da presidência facilitaria o alinhamento da Vale aos planos do governo, Lobão afirmou que a mudança não deveria ser vista como algo "anormal", pelo tempo em que o executivo está à frente da mineradora, e que o próprio Agnelli já havia feito algumas ações que atendessem aos desejos do governo.
A Vale construiu uma siderúrgica no Rio de Janeiro, a CSA, com a alemã Thyssen, e foi obrigada a elevar sua participação no projeto após pressão pública do então presidente Lula. Outra usina está em construção, no Ceará, com as coreanas Dongkuk e Posco; e duas estão com algumas fases ainda dependendo da aprovação no Conselho de Administração, uma no Pará e outra no Espírito Santo
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