quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O bumba meu boi do Maranhão pode se tornar Patrimônio Cultural do Brasil

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SÃO LUÍS - O bumba meu boi do Maranhão pode se tornar Patrimônio Cultural do Brasil. O pedido vai ser feito pela Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão (Iphan). Sobre o assunto, a superintendente do Iphan, Kátia Bogéa, foi entrevistada no Bom Dia Mirante.
http://imirante.globo.com/noticias/2011/02/10/pagina266263.shtml

Brasil
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Bumba-meu-boi deve virar Patrimônio Cultural do Brasil
 
A manifestação mais importante da cultura popular do estado, o bumba-meu-boi, pode se tornar, ainda este ano, bem imaterial da Cultura Brasileira, no mês de junho, em pleno São João. Será um reconhecimento à riqueza de detalhes, à diversidade de seus sotaques percussivos e à originalidade dos grupos, cujo universo está mapeado, reunido e guardado em uma vasta documentação compilada pela superintendência regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Com essa expectativa, a superintendente do Iphan, Kátia Bogéa, anunciou ontem em entrevista coletiva na sede do órgão, na Praia Grande, o envio para o Iphan, em Brasília, de uma caixa com as informações coletadas pelo Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Bumba-meu-boi do Maranhão. Trata-se do mais completo estudo feito acerca da brincadeira na história, acompanhado da solicitação da transformação da manifestação em Patrimônio Cultural do Brasil. A expressão cultural passará agora pelo mesmo processo que o tambor-de-crioula, uma das 14 manifestações culturais brasileiras já registradas como bem imaterial do país.
A pesquisa principal foi iniciada pelo INRC em 2001 sendo conduzida até 2004. Em anos posteriores, de 2007 a 2009, foi iniciado um levantamento complementar, ao qual foi somado uma vasta documentação fotográfica e audiovisual. Segundo Kátia Bogéa, o material demorou tanto tempo para ser compilado para que preenchesse a todas as exigências do Decreto 3.551, criado em 2000, que institui o registro de bens culturais de natureza imaterial. “Precisou-se de muito tempo devido à complexidade da brincadeira do bumba-meu-boi do Maranhão para que fosse feito um estudo minucioso e que mostrasse o universo da brincadeira por completo. Fizemos um trabalho que está completo e pronto para ser avaliado pelo Iphan, em Brasília”, afirmou a superintendente.
Material - A pesquisa detalha os elementos de música e dança do bumba-meu-boi, sem deixar de discorrer sobre outros aspectos da brincadeira, como artesanato e os vínculos religiosos. De acordo com a coordenadora do processo de instrução do pedido de registro do Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão, Izaurina Nunes, todos os detalhes e a realidade da manifestação encontra-se no dossiê principal do material reunido pelo Iphan.
A caixa com o Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão contém um dossiê com 200 páginas, o INRC impresso e gravado em CD – com a listagem de grupos da brincadeira, três DVDs “Bumba-boi: festa e devoção no brinquedo do Maranhão”, três álbuns de fotografias com 356 imagens, textos com uma vasta pesquisa sobre a música e a dança do bumba-meu-boi, monografias, teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos científicos, CDs de grupos de todos os sotaques (orquestra, zabumba, baixada, costa de mão, matraca e outras variações rítmicas e percussivas) e entrevistas concedidas por dezenas pessoas envolvidas com a brincadeira em áudio e vídeo.
Passo-a-passo - Para o bumba-meu-boi se tornar um bem imaterial, é preciso que seja feito inicialmente o levantamento de informações sobre a brincadeira. A etapa já está cumprida com a reunião do Complexo, mapeado pela superintendência do Iphan. O processo de julgamento é dividido em, basicamente, quatro etapas.
Primeiramente, a documentação enviada à Brasília será julgada por uma comissão jurídica, que verificará se o Complexo atende a todas às exigências específicas referentes ao Decreto 3.551, que institui o bem imaterial. Se aprovado, é direcionado para o presidente do Iphan, que determinará um dos membros do Conselho do órgão para analisar e fazer um parecer sobre o inventário. Depois, o relator escolhido – que, segundo Kátia Bogéa, deve ser o mineiro Luís Felipe Andreas, radicado no Maranhão, por onde passou muitos anos à frente do Iphan – deverá levar seu parecer a julgamento na reunião do conselho.
O próximo encontro dos conselheiros será em maio. Kátia Bogéa aguarda que o inventário seja inserido na pauta dessa reunião e que, se aprovado, o título possa ser concedido durante as festas juninas no Maranhão.

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