domingo, 6 de fevereiro de 2011

Antigo Farol de São Marcos será substituído por um mais moderno

A Costa Maranhense é sinalizada por 12 faróis. Eles orientam as embarcações que se aproximam, mas que também são pontos de visitação turística.



Aquiles Emir
 

Imagine a aventura dos primeiros navegantes ao chegarem à Baía de São Marcos, querendo atingir a Ilha de São Luís, à noite, sem nenhuma orientação. Era assim a navegação no Maranhão até a primeira metade do Século XIX, pois somente em 1831, foram inaugurados os primeiros faróis para sinalização do mar, na costa maranhense, mas hoje a entrada na Baía de São Marcos, para o complexo portuário de São Luís (composto pelos portos do Itaqui, de Ponta da Madeira e da Alumar) conta com um moderno sistema de sinalização, inclusive com balizamento iluminado de todo o canal, a fim de que os navegantes não precipitem seus navios a um banco de areia.De acordo com dados fornecidos pela Capitania dos Portos, encarregada pela sua manutenção e vigilância, existem na costa maranhense 12 faróis e cinco faroletes. Faróis são os sinalizadores com alcance acima até 10 milhas, ou seja, mais de 16 quilômetros, enquanto os faroletes atingem até 5 milhas.Dos faróis existentes no Maranhão, cinco são guarnecidos, isto é, soldados da Marinha cuidam da sua manutenção e vigilância – Araçagi, no município da Raposa; Preguiças (também conhecido como Mandacaru), em Barreirinhas; Santana, em Humberto de Campos; São João, na ilha de Maiacu, em Cururupu; e São Marcos, em São Luís. Três deles, Araçagi, Alcântara, que é desguarnecido, e Preguiças são importantes pontos de visitação turística, pela facilidade de acesso, mas os demais também podem ser visitados. Por se tratar de áreas de segurança, os passeios são monitorados pela Marinha, com exceção ao de Alcântara, por ficar no perímetro urbano.SinalizaçãoTão importante para a navegação marítima quanto os semáforos para o transporte terrestre e as iluminações de aeroportos para a aviação, os faróis servem para indicar aos pilotos de lanchas, barcos e navios sua posição correta no mar. Sempre que se aproxima da costa, no período da noite, os navegantes são guiados por esses fechos de luz, e com base na carta náutica sabe exatamente onde está. Na antiguidade, eram feitas fogueiras, mas com os avanços alguns se transformaram em verdadeiros colossos de engenharia, como é o de Alexandria, e no Brasil um dos mais renomados é o da Barra, em Salvador (BA).A Baía de São Marcos é vigiada por três desses faróis, o de São Marcos, o de Alcântara e o de Araçagi, além dos faroletes, como da Ilha do Medo, e bóias flutuantes iluminadas, indicando os locais mais seguros para passagem das embarcações. Graças a uma parceria da Capitania dos Portos com o Consórcio Alumar e a Vale, foi possível estabelecer uma moderna sinalização em todo o canal que leva do alto mar aos três portos. Esta sinalização se torna necessária porque há muitos bancos de areia em que os navios (ou outro tipo de embarcação) podem encalhar.O sistema de operação dos faróis se dá de três formas: alimentação a motor (e baterias), extensão da corrente elétrica da zona urbana, se estiver próximo de uma; ou com painel solar. Somente dois, São João e Santana ainda são alimentados por motor, e para garantir sua segurança a Marinha despacha soldados para vigiá-los e mantê-los, permanecendo os militares nesses postos por seis meses, enquanto os da zona urbana apenas cumprem expediente em regime de plantão. O plantonista se torna necessário porque em caso de interrupção no fornecimento de energia, as baterias precisam ser acionadas, para que as embarcações não percam suas referências.AmpliaçãoPor serem estratégicos para a segurança de quem viaja pelo mar, os faróis não podem ter sua iluminação confundida, daí porque estão localizados em pontos bem visíveis aos olhos dos navegantes, mas justamente em função disto, o de São Marcos está merecendo uma atenção especial da Marinha, que está providenciando uma nova torre, de 24 metros, pois a primeira, de 20 metros, não está orientando corretamente quem necessita da sinalização.
De acordo com a Marinha, o problema se originou com o surgimento de muitos prédios no arredor do farol. Apesar de todas as edificações na orla terem de passar pelo seu aval, a verticalização se deu de forma bem acelerada e hoje o excesso de luzes, saídas das janelas dos apartamentos, estaria confundindo as embarcações, daí porque foi necessária a elevação da torre, e como a primeira é uma construção histórica, ao invés de aumentá-la construiu-se uma nova.

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