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Fernando Fialho avaliou o impacto de empreendimentos no setor de petróleo e ferrovia no desenvolvimento dos portos do Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco, especialmente quanto à Ferrovia Norte-Sul e às refinarias Premium da Petrobras
BRASÍLIA - O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Fernando Fialho, analisou, no início da semana, os impactos no setor portuário do Norte e Nordeste com a construção de refinarias de petróleo, hidrovias e a Ferrovia Norte-Sul. Segundo Fialho, os portos do Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco tendem a se consolidarem como destinos exportadores do país.
"Essa mudança de cenário vai descomprimir Santos [SP] e Paranaguá [PR]", diz Fialho. "Não é um efeito negativo sobre esses dois portos. O que vai acontecer é que eles tendem a se voltar para uma vocação mais industrial", declarou o diretor-geral da Antaq ao jornal Valor Econômico.
Segundo a publicação, a tendência natural é que o transporte de produtos de baixo valor agregado, como a produção agrícola e de minério, volte-se para os portos do Norte e Nordeste. A lógica é a de que se esse tipo de carga pode seguir por ferrovias, isso significa muitos quilômetros a menos em gastos com frete e transporte rodoviário, além da proximidade com os principais destinos de exportação do país.
No caso do Maranhão, Fialho destacou a perspectiva de duplicar a movimentação de navios na região portuária, em vista da implantação da refinaria Premium I da Petrobras, em Bacabeira (60 km de São Luís). Outro destaque é quanto o escoamento de grãos do Centro-Oeste pelas ferrovias Norte-Sul (FNS) e Transnordestina.
Logística - De acordo com o noticiário, a FNS deve ter lotes de seu trecho já licitado para tráfego de cargas ainda neste ano. O projeto mexe com os planos do Porto do Itaqui e também com o de Vila do Conde (PA), que estuda a construção de um ramal ferroviário para se conectar ao circuito da Norte-Sul. No Itaqui, está em projeto a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que prevê movimentar até cinco milhões de toneladas no início de 2012 (primeira fase) e até 15 milhões de toneladas na etapa final.
Segundo Fialho, outro fator a se considerar nesse contexto logístico é ferrovia Transnordestina, que deve ser concluída no primeiro semestre de 2013 e também vai mexer radicalmente com as estruturas do Complexo Portuário de Suape (PE) e de Pecém, no litoral do Ceará.
No caso de Pecém, há também a previsão de crescimento em vista da refinaria Premium II da Petrobras, que deve iniciar as operações em 2017. Em relação a Suape, o projeto da refinaria Abreu e Lima, também da Petrobras, promete ser um fator de grande desenvolvimento econômico.
Hidrovia - De acordo com a análise feita por Fernando Fialho, a ampliação logística vai além das ferrovias, pois o início de operações das eclusas de Tucuruí, há dois meses, vai desenvolver o corredor de exportação pelo Porto de Vila do Conde, no município de Barcarena, litoral do Pará. A hidrovia tem condições de movimentar cargas de grãos agrícolas vindas do Centro-Oeste e também carregamentos de minérios da região sul paraense.
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Em 2010, o complexo portuário de Pernambuco movimentou volume superior a nove milhões de toneladas de carga, mais que o dobro de cinco anos atrás. O porto se prepara para 30 milhões de toneladas (t) por ano. Em Vila do Conde (PA), a movimentação de carga saltou de 10,7 milhões/t em 2005 para 17 milhões/t no ano passado. No mesmo intervalo de tempo, Pecém (CE) subiu de 1 milhão/t para 3,1 milhões/t. Já o Itaqui (MA), que enfrentou uma série de atrasos em suas obras, foi o que o menos cresceu, oscilando de 11,6 milhões/t para 12,6 milhões/t nos últimos cinco anos.
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