domingo, 11 de abril de 2010

Obras do PAC mudam a paisagem da margem direita do Rio Anil


Ronaldo Rocha
Da equipe de O Estado

O complexo de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Rio Anil, parceria entre os governos federal e estadual, que tem previsão para investimentos na ordem de R$ 263,082 milhões, está avançando. A paisagem da margem direita do rio, antes composta por mangues, um cais para pequenas embarcações, palafitas e acúmulo de lixo, aos poucos ganha formatos urbanísticos de concepção moderna, com a construção de conjuntos habitacionais e de um sistema viário que se estenderá da avenida dos Franceses, na Alemanha, até a Ponte Bandeira Tribuzzi, na Camboa.

De acordo com a Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Sedes), um conjunto habitacional situado nas proximidades do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), no Monte Castelo, obra orçada em R$ 8.700.000,00, deslocará 224 famílias de palafitados para novos apartamentos, em junho deste ano. Em dezembro de 2009, outros 288 apartamentos, referentes ao Conjunto Habitacional Camboa, no bairro que leva o mesmo nome do residencial, já haviam sido entregues a ex-palafitados. A meta, segundo o secretário de Cidades, Filuca Mendes, é de que até o fim deste ano sejam entregues cerca de mil novas unidades habitacionais.

Somente no conjunto habitacional do Monte Castelo, onde há geração de 240 empregos mensais, 14 edifícios foram erguidos. Até o momento, 75% das obras estão concluídas e R$ 6.000.000,00 de recursos liberados, o que totaliza 70% do montante previsto. “Esse residencial abrigará famílias dos bairros Liberdade e Camboa que tiveram ou ainda serão deslocadas de suas residências, sejam palafitas ou casas em terra firme na linha de obras do sistema viário. Estamos satisfeitos com o andamento das construções e com boas perspectivas”, disse o secretário.

As obras desse conjunto, realizadas pela empresa Lastro Engenharia, consomem 70% de material local e outros 30% importado, fazendo com que haja movimentação e competitividade de fornecedores maranhenses. Ao todo, foram utilizados 280 mil blocos de alvenaria, outros 28 mil sacos de cimento, 150 mil telhas cerâmicas e 140 toneladas de aço. Foram construídos 14.000 m² de lajes em todo o conjunto.

O diretor técnico da Lastro Engenharia, Manoel Nunes, disse que os imóveis estão bem valorizados e com localização valorizada, o que representa outro enorme ganho para as pessoas que ali serão assentadas. Cada unidade tem 42 m² de área construída. “Pessoas de classe média iniciam suas vidas muito bem em apartamentos neste modelo. Para quem já tem uma família consolidada, como é o caso dos assistidos, sair de uma zona de risco para cá, é muito bom”, afirmou.

Fé em Deus - Outro conjunto habitacional em construção fica situado no bairro Fé em Deus. Neste, 20 edifícios serão erguidos, com um total de 320 apartamentos. O investimento é de R$ 12.500.000,00. Até o momento, 5% das obras foram concluídas. Dez blocos devem ser entregues em dezembro deste ano, enquanto outros 10 blocos em abril de 2011. Mensalmente, uma média de 200 empregos são gerados.

De acordo com Filuca Mendes, 70% do material utilizado na obra são oriundos do mercado local, enquanto outros 30% são importados. A previsão é de que 400 mil blocos de alvenaria estrutural sejam utilizados no processo, outros 40 mil sacos de cimentos, 200 mil telhas cerâmicas e 200 toneladas de aço. As lajes do complexo alcançam 20.000 m² de área construída. “Precisamos concluir primeiro as unidades habitacionais, para depois darmos seguirmos com o projeto do sistema viário. Até o fim deste ano, já queremos concluir a entrega de cerca de mil novas residências, essa é nossa meta”, destacou.

Segundo Marcos Galvão, gestor do PAC Rio Anil, no dia 1º deste mês, dois editais de licitação foram lançados e publicados no Diário Oficial do Estado, para construção de novas unidades residenciais. Ele revelou que o primeiro conjunto abrigará 112 apartamentos e o segundo acolherá 128 novas famílias.

Entregue - O Governo do Estado entregou em dezembro de 2009 o Conjunto Habitacional Camboa. Dezoito edifícios foram construídos com 288 apartamentos ao todo. Foram investidos R$ 10.210.000,00. Cerca de 350 operários estiveram diretamente envolvidos com a obra.
O empreendimento consumiu 360 mil blocos de alvenaria estrutural; 36 mil sacos de cimento; 18 mil m² de laje pré-moldada; 200 mil telhas cerâmicas e 180 toneladas de aço. Setenta por cento do material foi importado, como cimento, estacas para fundação, tinta, esquadrias, tubos, materiais elétricos e ferragens.

Outros materiais como areia, blocos de concreto estrutural e brita, o que corresponde a 30% do quantitativo de itens utilizados, foram de ordem local.

Melhorias Habitacionais

Serviços Executados: Piso, cobertura, reboco, módulo sanitário e melhoria da cozinha.

Bairros:

Liberdade: 1079 unidades previstas; 982 executadas.

Vila Palmeira: 1591 unidades previstas; 1112 executadas.

Barreto: 572 unidades previstas; 341 executadas.

Caratatiua: 121 previstas; 23 executadas.

Fé em Deus: 166 previstas; 161 executadas.

Total: 3529 unidades previstas; 2619 executadas.

Cerca de 13.500 famílias de área de risco beneficiadas

Além da construção e melhorias de unidades habitacionais em bairros, está sendo construído um sistema viário.

O PAC Rio Anil engloba um projeto que passa por cerca de 15 bairros que compõem a margem de um mesmo rio em São Luís. O projeto, quando concluído, deverá ter beneficiado cerca de 13.500 famílias em situação de risco. Obras de melhoria são realizadas nos bairros da Alemanha, Apeadouro, Camboa, Fé em Deus, Irmãos Coragem, Liberdade, Vila Cristalina, Vila Sésamo, Caratatiua, Vila Palmeira, Radional, Santa Cruz, Vera Cruz, Diamante e Barreto. Além da construção e melhorias de unidades habitacionais, um sistema viário está sendo construído. Este se estenderá da Avenida dos Franceses, na Alemanha, até a Ponte Bandeira Tribuzzi, na Camboa.

Segundo Filuca Mendes, por causa de falhas na concepção original, modificações tiveram que ser feitas no projeto, atrapalhando por alguns meses o andamento das obras. “A avenida não poderia ser construída em sua totalidade por haver pontos de interferências em sua linha de serviços. As interferências são questões relacionadas a deslocamento de famílias e indenizações e passamos a priorizar em nossa gestão, sem que houvesse conflitos”, destacou.

Avenida - Ao todo, serão construídos 900 metros de avenida, edificada em forma de elevado, ou seja, não haverá material de aterro. As vigas estão sendo concretadas na área do estádio Castelão e transportadas para a Camboa e Alemanha por carretas, durante a madrugada. “Estamos fazendo o lançamento das vigas de concreto sobre os blocos para dar a forma ao elevado. Ate o momento, lançamos o quarto vão da obra, ou seja, há uma média de 150 metros de vigas acomodadas. A obra representará um novo fluxo de trânsito para o sistema viário de São Luís, com o objetivo de desafogar a avenida dos Franceses até a Camboa”, explicou Fábio Lúcio Dantas, engenheiro chefe de obras da Egesa, empresa responsável pelo empreendimento.
Somente a obra do sistema viário tem contrato orçado em R$ 116.850.000,00. Até o momento já foram liberados R$ 79.000.00,00, o que corresponde a 68% do total. Quatrocentos e oitenta e cinco funcionários trabalham no canteiro de obras. De acordo com a Egesa Engenharia, 80% corresponde a mão-de-obra local. Este empreendimento enseja o montante de R$ 3.509.582,81 de impostos recolhidos para o Estado do Maranhão. Outros R$ 25.935.108,34 serão investidos para compras de materiais no mercado local. “É uma obra que, além de modernizar a área e ter suas funções sociais, representa desenvolvimento para o estado”, resumiu Filuca Mendes.

Mais

Trabalho Técnico Social
Investimento: R$ 6.600.000,00
Executado: 40%

Liberado: 5%

Profissionais envolvidos na execução: 60

Ações desenvolvidas: Remanejamento de famílias; aluguel social; cursos de capacitação e profissionalização (geração de emprego e renda); ouvidoria; vila provisória; pós-ocupação; apoio jurídico.
Estagiários: 30

Profissionais nível superior: 20
Ensino Médio: 30

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