A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgou, nesta semana, o Anuário Estatístico Portuário (AEP-2009), com os dados relativos à movimentação de cargas nos portos e terminais de uso privativo brasileiros. No ano passado, o setor registrou 732.931.141 toneladas, valor 4,61% menor do que o registrado em 2008. O Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), administrado pela Vale, em São Luís (MA), desponta na lista com o maior volume de cargas em 2009, com 87.716.016 de toneladas, equivalente a 11,98% do exercício nacional.
Em segundo lugar no ranking vem o Porto de Tubarão (ES), também administrado pela Vale, que movimentou 83.834.676 toneladas no ano passado. O Porto de Santos (SP) ficou em terceiro lugar, com 75.641.825 toneladas; seguido pelo Porto de Itaguaí (RJ), com 49.755.062 toneladas.
O porto capixaba, até 2008, liderava o ranking nacional de cargas, hoje superado pelo TPPM. Cabe ressaltar que estes dois portos têm como principal produto o minério de ferro, embora Tubarão tenha registrado 996.948 toneladas de granéis líquidos no exercício. Também no Espírito Santo, a mineradora utiliza o Terminal de Praia Mole (TPM), que movimentou 8.899.856 de granéis sólidos, ocupando a 18ª colocação no ranking da Antaq.
Outra diferença entre o TPPM e Tubarão é que o porto ludovicense operou totalmente para a exportação de produtos, enquanto o terminal capixaba registrou 1.802.448 toneladas desembarcadas, isto é, os embarques totalizaram 82.032.228 toneladas.
Maranhão - O Porto do Itaqui ficou em 15º lugar no relatório, registrando 11.689.425 toneladas no ano passado. O terceiro terminal portuário de São Luís, o Porto da Alumar, ficou em 25º no AEP, computando 5.620.180 toneladas. O Porto de Aracruz (BA) ficou em último lugar na lista, com 1.576.020 toneladas.
Ainda a respeito dos portos maranhenses, o Itaqui se destacou nas operações com granéis líquidos (principalmente derivados de petróleo), que registrou 6.333.906 em 2009. Em seguida ficaram os carregamentos de granéis sólidos (minérios em geral, fertilizantes, produtos agrícolas e carvão), com 5.235.579 toneladas. No quesito carga geral, o Itaqui registrou 119.940 toneladas.
Na balança comercial, o Itaqui apresentou superávit de 17,3%, com 5.291.019 toneladas desembarcadas (recebidas), contra 6.398.406 toneladas embarcadas (exportadas). No terminal da Alumar, os desembarques totalizaram 4.807.727 toneladas, enquanto os embarques computaram 812.453 toneladas.
Quanto à modalidade de operação, a navegação de longo curso no Itaqui computou 7.054.519 toneladas, enquanto a cabotagem registrou 4.634.906 toneladas. Neste quesito, a navegação de longo curso no Porto da Alumar totalizou 1.299.732 toneladas, contra 4.320.448 toneladas na cabotagem. Em relação ao tipo de carga, o terminal da Alumar movimentou 5.324.425 toneladas de granéis sólidos e 295.755 toneladas de granéis líquidos.
Global - Em âmbito nacional, segundo o AEP-2009, a movimentação de carga geral caiu 9,32% de 2008 para 2009, passando de 112.501.852 toneladas para 102.011.115 toneladas. Foi a maior queda percentual registrada na comparação entre os dois períodos. A segunda maior queda foi registrada no segmento dos granéis sólidos, cuja movimentação teve queda de 5,91% no período, o equivalente a menos 37.127.720 toneladas, resultado que reflete a queda na movimentação de minério de ferro, um dos principais produtos embarcados nos portos brasileiros.
Houve ainda queda expressiva na navegação de longo curso (6,53%) e na navegação interior (3,61%). Já a cabotagem apresentou alta de 1,74% em 2009, na comparação com o ano anterior.
A queda deve-se em grande parte à crise mundial, que reduziu a demanda por commodities, entre elas, o minério de ferro. Portos organizados e terminais de uso privativo foram igualmente afetados, registrando movimentações de 5,18% e de 4,29% menores, respectivamente.
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