Bruna Castelo Branco
Da equipe de O Estado
A cultura de São Luís, a importância da casa própria, máscaras carnavalescas, derrotas e vitórias no jogo da vida, a loucura e homenagem ao compositor César Teixeira foram temas presentes nos enredos das seis escolas que desfilaram na segunda-feira de Carnaval. Sacudiram a Passarela do Samba, no segundo dia de desfiles, a Terrestre do Samba, Unidos de Ribamar, Império Serrano, Marambaia do Samba, Turma do Quinto e Favela do Samba, que levaram à avenida, no Anel Viário, surpresas e sambas que empolgaram o público presente.
Terrestre do samba
A Terrestre do Samba, do bairro Estiva, abriu o desfile às 20h com o enredo “A Terrestre enaltece São Luís, Capital da Cultura Brasileira”, em alusão ao título concedido à capital do Maranhão, no ano passado. Com 12 alas e três carros alegóricos, a concepção das alegorias considerou os principais aspectos da cultura maranhense, a exemplo do bumba-meu-boi, tambor de crioula e a presença do reggae como um dos ritmos musicais predominantes. Um dos destaques do desfile foi o terceiro carro, intitulado “Casinha da Roça”, que levou brincantes representando diversas manifestações folclóricas da ilha.
Apesar da simplicidade das alegorias e fantasias, o samba, que fazia um passeio pela cultura, lendas e arquitetura ludovicense, empolgou o público e fez com que o presidente da escola, Benedito Rafael Bulhões, tivesse a sensação de dever cumprido. “É difícil sair da zona rural e fazer um Carnaval tão feliz como a gente fez. A escola é uma tradição da minha família e tenho orgulho de preservar, mesmo diante de tantas dificuldades”, declarou, emocionado.
Unidos de Ribamar
Da cidade balneária de São José de Ribamar, mais precisamente do bairro Moroporia, a Associação Recreativa Unidos de Ribamar escolheu como enredo “De Taipa ou de Tijolo, Sou Feliz no Meu Cafofo: O Sonho da Casa Própria”. O tema tem como justificativa a própria história da agremiação que, apesar de fundada há nove anos, ainda não tem sede própria. Com bom humor e um enredo que perpassa todas as possibilidades de moradia, a escola trouxe na comissão de frente a disputa por moradia nas cavernas dos homens pré-históricos e alas que representavam diferentes formas de habitação, desde o útero materno, passando por acampamentos ciganos, casas indígenas, palafitas, até o túmulo, representando a última morada da espécie humana. A escola desfilou com 10 alas, três carros alegóricos e 1.500 integrantes.
Império Serrano
Sob a coordenação do carnavalesco Alaim Moreira Lima, a Império Serrano, terceira escola da noite, fez uma homenagem aos antigos bailes de máscaras que eram realizados em São Luís entre as décadas de 50 e 60. Mas, para contar a história dos bailes do Casino, Cine Éden entre outros, o enredo foi baseado nas máscaras mais conhecidas no teatro e também no período carnavalesco. “Queríamos fazer uma homenagem aos bailes de São Luís, percorrendo vários aspectos da história que serviram de origem para as máscaras”, frisou o carnavalesco.
A comissão de frente representou as máscaras de Veneza e fez uma coreografia que lembrava ainda os carnavais de bufões na Idade Média. Outra surpresa da apresentação foi a fantasia dos componentes da bateria da escola que representavam “O Fantasma da Ópera”, um clássico musical. As fantasias passavam ainda por máscaras de gueixas, do teatro e outras simulações cênicas. Entre as máscaras que deram a tônica no desfile, um casal de mestre-sala e porta-bandeira chamou a atenção do público pelo carisma. Trata-se do casal Mayrna Souza e Israel Santos, ambos de 13 anos, que desfilaram pela segunda vez. “Ainda fico muito nervosa, mas quero desfilar por muitos outros carnavais”, afirmou.
Marambaia do Samba
A escola do Bairro de Fátima representou as vitórias e derrotas no jogo da vida, mas enfrentou alguns contratempos durante o desfile. A agremiação entrou na Passarela do Samba com cinco minutos de atraso e o terceiro carro, intitulado “A Vida é Mais um Jogo”, quebrou durante o desfile e provocou correria da comissão organizadora para empurrá-lo, mesmo assim, a escola conseguiu concluir a passagem dentro do prazo previsto e foi bastante aplaudida pelo público.
Para simular os jogos, a fantasia da ala de bateria virou um jogo de xadrez e a roupa das baianas foi transformada em uma roleta de cassinos. Os integrantes da escola esbanjaram simpatia e determinação para defender o enredo que levou para o desfile várias formas de jogos e a competição para a sobrevivência da raça humana. As 14 alas da escola contaram do momento da fecundação até as vitórias no esporte, passando pelas disputas imperialistas, representadas pelo carro alegórico Roma em Chamas, entre outras formas de jogo.
Turma do Quinto
Penúltima escola a desfilar, a agremiação da Madre Deus cantou a loucura poética e os devaneios que provocam riso, lembrando personagens de loucura que se transformaram em lendas em São Luís. Inspirada na lógica do carnaval de máscaras e fantasias, a escola homenageou a loucura iconoclasta de homens e mulheres que, no passado, por causa de motivos bem peculiares enlouqueceram. A comissão de frente formada por fofões era, na verdade, uma homenagem a um vendedor de camarão que morreu no período de Carnaval. A ala da bateria recebeu o nome de Moreno Borges, um dançarino da zona de São Luís que, após o casamento, enlouqueceu na noite de núpcias, passando a andar maltrapilho pelas ruas de São Luís. No comando da bateria, a rainha Adriana Martins Santos, 26 anos, mostrava samba no pé, além de que a apresentação exigiu números de pirotecnia em pleno desfile, o que encantou o público.
O carro abre-alas recebeu o nome “O Sino de Ouro” e remetia a uma história que virou lenda urbana na cidade. Trata-se do hábito de uma mendiga que passava fome, mas guardava dinheiro no colchão para, um dia, construir uma imensa torre na Baía de São Marcos. Na torre, seria colocado um sino de ouro para anunciar a alegria e as grandes festas em São Luís. A escola desfilou com 22 alas, cinco carros alegóricos e 2 mil integrantes.
O desfile foi bastante comemorado pela comissão organizadora. “A gente só tem a comemorar, fizemos uma bonita homenagem a essas figuras lendárias. O Quinto é isso, é uma escola alegre e da comunidade”, observou o presidente Manoel Benedito Viana.
Com um orçamento de R$ 400 mil, 22 alas, cinco carros alegóricos e 2.500 componentes, a Favela do Samba, mais uma vez, é uma das favoritas ao título. A escola homenageou o poeta e compositor César Teixeira e conquistou a preferência do público. Nas arquibancadas, várias bandeiras das escolas agitavam-se quando a agremiação estava na concentração. Na hora que o desfile começou, várias pessoas cantavam o samba de autoria de Gilvan Mocidade e Zé Lopes, puxado por Vovô.
O enredo contou um pouco da obra e da vida de César Teixeira, passando pelo período em que sofreu perseguições na Ditadura Militar, a tortura, militância e músicas mais marcantes como “Oração Latina” e “Ray Ban”, além da vida de artista, freqüentador da boêmia maranhense. O homenageado desfilou na pista, vestindo uma fantasia que lembrava os antigos malandros cariocas da década de 30. Ao falar da homenagem, Teixeira lembrou que a arte também é uma forma de voz contra a censura. “Eu fico bastante emocionado e acho importante as escolas valorizarem essa forma de expressão”, comentou.
O que mais chamou a atenção no desfile da escola foram as inovações da bateria, que incorporou arranjos de funk, além das alas que, em sua maioria, apresentavam coreografias bastante elaboradas. O desfile empolgou o público e, ao fim da apresentação, a escola foi ovacionada com gritos de “Já ganhou”.
Público aprova os desfiles de blocos e escolas na Passarela
Pontualidade nas apresentações e arquibancadas liberadas foram os elementos-chaves para revigorar o Carnaval de passarela de São Luís.
Na noite de segunda-feira, um número expressivo de pessoas compareceu e lotou todos os espaços das arquibancadas, já que os ingressos foram distribuídos uma hora antes do início da programação. Porém, na metade das apresentações dos desfiles, muitas pessoas estavam à procura de ingressos, o que permitiu a tentativa de venda dos bilhetes por cambistas, que foi coibida pela organização.
Quem conseguiu entrar ficou satisfeito com o que viu no desfile e pela organização. “Antigamente, eu não vinha por causa dos atrasos, acho que exigir pontualidade trouxe mais profissionalismo às escolas e aos outros grupos”, disse o estudante Darlon Araújo, que foi torcer pela Favela do Samba, caracterizada de Tigre de Bengala. A produção foi feita especialmente para assistir ao desfile, mas não é a primeira vez que o estudante confecciona uma fantasia para curtir o Carnaval. “Ano passado, eu fiz uma fantasia de leão. Este ano resolvi optar por algo mais elaborado. O interessante é que eu faço só para ficar na platéia mesmo”, conta.
Pontualidade nas apresentações e arquibancadas liberadas foram os elementos-chaves para revigorar o Carnaval de passarela de São Luís.
Na noite de segunda-feira, um número expressivo de pessoas compareceu e lotou todos os espaços das arquibancadas, já que os ingressos foram distribuídos uma hora antes do início da programação. Porém, na metade das apresentações dos desfiles, muitas pessoas estavam à procura de ingressos, o que permitiu a tentativa de venda dos bilhetes por cambistas, que foi coibida pela organização.
Quem conseguiu entrar ficou satisfeito com o que viu no desfile e pela organização. “Antigamente, eu não vinha por causa dos atrasos, acho que exigir pontualidade trouxe mais profissionalismo às escolas e aos outros grupos”, disse o estudante Darlon Araújo, que foi torcer pela Favela do Samba, caracterizada de Tigre de Bengala. A produção foi feita especialmente para assistir ao desfile, mas não é a primeira vez que o estudante confecciona uma fantasia para curtir o Carnaval. “Ano passado, eu fiz uma fantasia de leão. Este ano resolvi optar por algo mais elaborado. O interessante é que eu faço só para ficar na platéia mesmo”, conta.
Público aprova os desfiles de blocos e escolas na Passarela
Na noite de segunda-feira, um número expressivo de pessoas compareceu e lotou todos os espaços das arquibancadas, já que os ingressos foram distribuídos uma hora antes do início da programação. Porém, na metade das apresentações dos desfiles, muitas pessoas estavam à procura de ingressos, o que permitiu a tentativa de venda dos bilhetes por cambistas, que foi coibida pela organização.
Quem conseguiu entrar ficou satisfeito com o que viu no desfile e pela organização. “Antigamente, eu não vinha por causa dos atrasos, acho que exigir pontualidade trouxe mais profissionalismo às escolas e aos outros grupos”, disse o estudante Darlon Araújo, que foi torcer pela Favela do Samba, caracterizada de Tigre de Bengala. A produção foi feita especialmente para assistir ao desfile, mas não é a primeira vez que o estudante confecciona uma fantasia para curtir o Carnaval. “Ano passado, eu fiz uma fantasia de leão. Este ano resolvi optar por algo mais elaborado. O interessante é que eu faço só para ficar na platéia mesmo”, conta.
Pontualidade nas apresentações e arquibancadas liberadas foram os elementos-chaves para revigorar o Carnaval de passarela de São Luís.
Na noite de segunda-feira, um número expressivo de pessoas compareceu e lotou todos os espaços das arquibancadas, já que os ingressos foram distribuídos uma hora antes do início da programação. Porém, na metade das apresentações dos desfiles, muitas pessoas estavam à procura de ingressos, o que permitiu a tentativa de venda dos bilhetes por cambistas, que foi coibida pela organização.
Quem conseguiu entrar ficou satisfeito com o que viu no desfile e pela organização. “Antigamente, eu não vinha por causa dos atrasos, acho que exigir pontualidade trouxe mais profissionalismo às escolas e aos outros grupos”, disse o estudante Darlon Araújo, que foi torcer pela Favela do Samba, caracterizada de Tigre de Bengala. A produção foi feita especialmente para assistir ao desfile, mas não é a primeira vez que o estudante confecciona uma fantasia para curtir o Carnaval. “Ano passado, eu fiz uma fantasia de leão. Este ano resolvi optar por algo mais elaborado. O interessante é que eu faço só para ficar na platéia mesmo”, conta.
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