quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Musas do Maranhão Vôlei, um espetáculo à parte

Musas do Maranhão abrem 'casa das 13 mulheres' antes de receberem Rio

Há seis meses em São Luís, 13 das 16 jogadoras do clube vivem em hotel na beira
do mar, em São Luís (MA). Nesta terça, às 20h, buscam a reabilitação na Superliga


Por Direto de São Luís, MA
 
Casa das 13 mulheres: meninas do Maranhão Vôlei vivem em hotel em São Luís (Foto: Arquivo Pessoal)Nikolle, Liz e Amanda na área externa de hotel onde vivem, em praia de São Luís (Foto: Arquivo Pessoal)
Elas são belas, simpáticas, talentosas e vivem juntas em um hotel que ficou conhecido como a "casa das 13 mulheres", uma referência à minissérie "A Casa das Sete Mulheres", exibida pela TV Globo em 2003. Pelo sonho de disputar a Superliga, as meninas do Maranhão aceitaram o desafio de defender a equipe estreante e esperam prolongar o contrato até a próxima temporada. As atletas vivem em um hotel na beira da Praia de Ponta D'Areia, em São Luís (MA), com vista para o mar e os coqueiros - segundo elas, o melhor por do sol da cidade. O clima é descontração nos quartos, corredores e no restaurante comum, com beijos, abraços, piadas e muita conversa. Algumas vivem em quartos individuais, outras dividem com uma ou duas companheiras. Apesar do bom convívio, nem tudo são flores. Algumas delas reclamam da falta de privacidade. Sair com o namorado e voltar na calada da noite, por exemplo, nunca passa despercebido.

O elenco tem apenas três atletas locais, Nyeme, Rayssa e Tulia, que vivem em casa com suas famílias. Na lanterna, com apenas duas vitórias em 14 jogos, elas buscam a reabilitação diante o Rio de Janeiro, nesta terça-feira, às 20h (de Brasília), no Castelinho, na capital maranhense.
Mosaico vôlei Maranhão (Foto: Carol Fontes)
A argentina Yael, uma das principais referências do Maranhão, se divide entre os treinos e compromissos com a equipe e a seleção da Argentina, onde passa parte da temporada. Antes de firmar o contra com a equipe, a levantadora atuou em clubes da Suíça, Alemanha, França, Áustria e do Azerbaijão. Natural de Buenos Aires, ela deixou o país vizinho há oito anos.
- Há dois anos recebo propostas de times brasileiros, mas tinha outros compromissos. Aceitei o convite de defender o Maranhão porque o time iria disputar a Superliga, uma das três ligas mais fortes do mundo, ao lado da Turquia e do Azerbaijão. Sou a terceira argentina na história do país a jogar na Superliga. Passo oito meses no Brasil e quatro viajando com a seleção. Eu adoro o Maranhão, só morava no inverno e sonhava em viver em um lugar de praia. Estou no paraíso. Não temos muita privacidade, mas é muito gostoso. A alegria e a energia das pessoas torna tudo mais fácil - disse a atleta de 28 anos, apontada como uma das mais bonitas da equipe.
Casa das 13 mulheres: meninas do Maranhão Vôlei vivem em hotel em São Luís (Foto: Arquivo Pessoal)Dani Suco "segura" o Sol em passeio nos Lençóis Maranhenses (Foto: Arquivo Pessoal)
Ex-jogadora do Osasco, Dani Suco vivia sozinha em um apartamento e avalia os pós e contras do dia a dia em um hotel.
- Esta é a primeira vez que eu moro com várias meninas e dentro de um hotel. Temos o privilégio de não nos preocupar com nada. Não precisamos cozinhar ou limpar, a gente come, deita e dorme. No dia seguinte, está tudo em ordem, roupinha lavada, quarto arrumado... O que falta é a privacidade. A nossa vida social fica muito exposta, todas acabam sabendo com quem a outra saiu, a que horas voltou... No início, era tudo flores. Agora, fica tudo mais estressante. Já imaginou três mulheres de TPM ao mesmo tempo? - perguntou, em tom de brincadeira.
Casa das 13 mulheres: meninas do Maranhão Vôlei vivem em hotel em São Luís  (Foto: Carol Fontes)Casa das 13 mulheres: atletas do Maranhão vivem há seis meses em um hotel em São Luís (Foto: Carol Fontes)
Francielle, mais conhecida como Fran, está acostumada a viver com diversas mulheres. Apesar de nunca ter morado em um hotel, a catarinense de Brusque já dividiu o espaço com outras atletas em repúblicas nas cidades de Blumenau, Criciúma, Novo Hamburgo, Lageado, São José do Rio Preto e Piracicaba. A ponteira de 22 anos revela que a melhor coisa que lhe aconteceu foi dividir o quarto com Adriani. Hoje, elas se consideram irmãs e estão sempre rindo pelos corredores do hotel na maior sintonia.
- O que eu mais aprendi na experiência de dividir o mesmo espaço com outras meninas foi ter mais paciência e jogo de cintura. Você divide desde roupas a comida. Sempre me virei sozinha, mas, geralmente, há sempre alguém para limpar e cozinhar. Em cada lugar que eu morei, conheci uma nova cultura de hábitos alimentares. No Maranhão, por exemplo, passei a comer cominho, um tempero usado para quase tudo aqui. Mas o melhor de tudo foi ter conhecido a Adriani, viramos irmãs e temos muita sintonia. Dificilmente, ficamos tristes, as duas têm mania de fazer palhaçada. Éramos vizinhas em Santa Catarina e nem nos conhecíamos. Ela é de Floripa. Não vamos nos separar nunca mais - contou a bela Fran, que já recebeu propostas para desfilar nas passarelas como modelo, mas a paixão pelo vôlei falou mais alto.
Casa das 13 mulheres: meninas do Maranhão Vôlei vivem em hotel em São Luís (Foto: Arquivo Pessoal)Nas folgas, jogadores trocam os uniformes pelos biquínis na "Ilha do Amor" (Foto: Arquivo Pessoal)
Há apenas seis meses em São Luís, também conhecida como "Cidade dos Azulejos" e "Ilha do Amor, as jogadoras já estão totalmente adaptadas à nova realidade. Muitas delas, inclusive, já têm namorados e torcem para que o contrato com o time seja prolongado por mais um ano.
- Estamos bem adaptadas e algumas até namoram, por isso, brincamos que essa é a ilha do amor mesmo (risos). Gosto desse clima de cidade grande com ar de pequena. As pessoas são muito receptivas. Quando não estamos treinando, gostamos de ir à praia. Tem lugares lindos, como a Ponte São Francisco e os Lençóis Maranhenses, outro passeio inesquecível. Fui até de helicóptero com uns amigos. O pôr do sol mais bonito é esse (apontando para a varanda do quarto, que termina na areia da praia). Gostaria muito de continuar, o projeto de vôlei é bacana e estamos evoluindo. Não fizemos amistosos antes da Superliga e, aos poucos, fomos nos entrosando. A maioria das jogadoras quer ficar - contou a ponteira Nikolle, de Sabará (MG).
Liz casa das 3 mulheres São Luís do Maranhão  (Foto: Carol Fontes)Liz, que está aprendendo a surfar, aparece em frente ao seu quarto, na beira do mar (Foto: Carol Fontes)


Casa das 13 mulheres: meninas do Maranhão Vôlei vivem em hotel em São Luís (Foto: Arquivo Pessoal)Quando não estão treinando no Castelinho, as meninas gostam de frequentar as praias da região (Foto: Arquivo Pessoal)


 

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